Voltas às aulas?


Olá imagmadx!

Desde quando entrei na faculdade achava interessante ter um fichário, para poder colocar e tirar e reutilizar as folhas que sobraram dos cadernos do ensino médio, (sim eram muitas, tenho até hoje!!!), mas também gostava muito de caderno por poder dobrar e virar as folhas. Então, fazem três anos que comprei essas argolinhas, e decidi fazer um caderno fichário. A primeira versão dele era um papel de estampa floral rosa e na capa de trás tinha uma fitinha rosa. A segunda versão, era um papel da Marie, a terceira foi feita no EAD já depois da pandemia mudei ''radicalmente'' e coloquei esse papel contact de florzinhas, verde-água, depois resolvi fazer esse acabamento com cola gllitter dourado e pedraria. 

Pelo calendário as aulas começariam semana passada. Ter um material bonito e um cantinho de estudo podem dar um animo para recomeçar e estudar, com isso resolvi me preparar e arrumar ou reorganizar os materiais, escrevendo os nome das disciplinas e escolhendo a cor que mais combinaria com cada uma. As divisórias que tinha haviam ficado grande e não combinavam muito então troquei pelas que estavam sem uso no fichário de minha irmã. 

Teve aula de uma disciplina optativa, semana passada, mas a rotina universitária começou, realmente, esta semana. Pelo ano letivo ser semestral é a segunda vez que voltamos ao nosso querido EAD. 

Voltas às aulas, após um ano de pandemia e isolamento, torna engraçado relembrar do começo de 2020. Por muito tempo usei um caderninho como agendinha, escrevia as datas e o que deveria ser feito para aquele dia. Era muito bom como meio de organização de curto prazo. No final de 2019, andando pelo Brás, gostei e resolvi mudar para um planeer.  Aquele pequeno grande ato me fazia sentir uma mulher emponderada, preparada para o futuro, então 2020 seria O ANO, aí, aí, sabe de naaaaada inocente!!!

Tivemos um mês de aula quando houve a suspensão das aulas e repentinamente, a vida entrou em stand-bye, e parou, com a confirmação do primeiro caso de morte pelo Novo Corona vírus ou Covid-19, que nessa altura do campeonato de novo não tem nada. No começo havia muitos rumores, especulações, medos, expectativas, esperança e negação. É atualmente risível a esperança que aquilo seria uma espécie de feriado e em duas semana tudo voltaria ao normal, só que não! A cada semana era um misto de emoções aquela inquietante esperança e a frustração com o cada anúncio de prorrogação da quarentena, que de quarenta infelizmente passou muito longe. 

Minha rotina era fazer uma viagem de 2 horas para faculdade. Milhares de pessoas andando e correndo para lá e para cá, montando a melhor estratégia de como ganhar o jogo da cidade subterrânea. Era uma vida agitada e tranquila, uma competição sem inimigos, em minutos era possível atravessar a cidade, conectar um canto a outro com tranquilidade, sem medo do que pode estar nas sombras do invisível. A noção do tempo é outra. 

Por bem ou por mal, a pandemia nos demos conta da fragilidade da vida, e como ela é uma graça concedida, não sendo direito e propriedade de ninguém, apesar das dificuldades viver é um presente e viver o presente a melhor opção, e com isso redescobrimos a saudade, pois o tempo e a companhia de alguém é um dos maiores privilégios. É angustiante pensar em tantas pessoas morrendo asfixiadas, com falta de ar, sozinhas até o último apito de socorro, como o aviso de um trem preste a partir, alertam os passageiros que apressam o passo e talvez outros passageiros possam ajudar com uma mão que empurra ou segura, mas as vezes nada adianta e resta sentir o som ir se afastando e o calor escapar pelos dedos. A sensação de que por questão de segundos tudo poderia ser diferente é aterrador. Se tivesse acordado mais cedo ou andado mais rápido? Cheia de perguntas eternamente vazias no vácuo infinito, nada adianta, foi-se. Não temos como voltar no tempo.

A vida corrida partia e deixava as plataformas cada vez mais lotadas, com o tempo deixaram de ser pessoas, tornaram-se uma só multidão. Um grande número piscando no letreiro nas telas exaustivamente até passar desapercebido. Como sentir a morte de alguém invisível, jogada para baixo do vão da memória. A concretude corporal se reduz e se perde a vaga lembrança, quando visível não pode ser tocado. 

Se no jogo das cadeiras o assento era o troféu simbólico do conforto, o leito é o passaporte da vitória, mas esse bilhete só garante acesso a ala da sobrevivência. Cada minuto é  valioso entrar no trem pelo menos representa a certeza de sair do lugar independente de onde seja. 

Não podemos deixar de não viver seguir em frente de viver, mas como voltar ao que não tem volta, ansiar por algo incerto, parar se tudo continua a andar. Vai dar certo! Agente vai sair dessa! A pandemia vai acabar! Só vai, essa esperança de mão única que quebra o fluxo do sistema não chegando a lugar nenhum.

E assim ficamos com essa música...

Por Enquanto

Cássia Eller

Novo Millennium: Cássia Eller


Mudaram as estações
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa
Mudaram as estações,
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando eu penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
estamos indo de volta pra casa

Estarei esperando então até a próxima erupção!!!!⌛⏳🌋🔥🔥🔥

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