Qual "E" da questão?
Olá imagmadx!
Então o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) referente ao ano de 2020 trouxe à redação a problemática acerca do estigma das doenças mentais. Ao meu ver, existem três razões para essa escolha: Na pandemia não só aumentaram, por exemplo, os casos de transtornos ansiosos e depressivos e o número de pessoas passivas ao diagnóstico, bem como a questão esteve mais vezes em pauta entre a mídia e a população. O segundo motivo possa ser a excepcionalidade do exame ter sido realizado em janeiro. Setembro é marcado pela famosa campanha do setembro amarelo, símbolo da conscientização e prevenção de suicídio, e ainda mais recente inseriu-se no calendário a campanha do janeiro branco, motivado por psicólogos e outros profissionais para levantarem a questão da saúde mental. A terceira seria a redução de verba destinada aos locais e programas de saúde pública destinados ao tratamento e cuidado de pessoas com algum acometimento desse tipo e o retorno da discussão de modelos ultrapassados que permeiam o imaginário popular.
É importante entender o conceito de saúde, não como sendo a ausência de doença, mas tem haver com equilíbrio e desvio padrão, nos vários âmbitos da vida. Sentir tristeza, medo, ansiedade, raiva, como havia dito anteriormente, em outro post, não deveria ser imbuído caráter de valor. Nenhuma delas é intrinsecamente ruim ou boa, mas com certeza necessárias.
O curso de medicina, e o ser médico é uma condição social e financeiramente de prestigio, e supostamente por sua ''essência humanista'' entretanto vem deixando a desejar com a cultura das especialidades, pois as pessoas vão sendo esfaceladas em pedaços. O cérebro é o órgão mais complexo do corpo, tanto que existem três áreas de estudo, sendo elas duas especialidades médicas. Simploriamente podemos diferencia-las assim: a neurologia trata do cérebro, a psiquiatria da mente e a psicologia da subjetividade.
E a partir disso podemos colocar a questão do estigma. É oportuno prestarmos a atenção ao ''objeto'' de foco referido, sendo ele não o cérebro, mas sim a mente. Ok, o cérebro é um órgão e a mente é...? O conjunto de processos mentais. Parabéns querida arrasou *ironia Brincadeira a parte. Segundo o dicionário uma das definições possíveis é a parte imaterial de alguém, em que se encontra a sensibilidade, a inteligência; pensamento, intelecto. Uhm interessante, poderíamos dizer a parte abstrata do ser? Teria a ver com essência ou ''alma''? A gente não é nossa mente, é nos que a controlamos? E aqui encontramos o E da questão! Duas respostas comuns são a vergonha e culpa interna e externa por que seria falta de responsabilidade, planejamento, vontade, controle, maturidade etc... ou poderíamos reduzir dizer ser um problema do cérebro. Essa resposta é ''boa'', na medida que transfere um pouco da carga do indivíduo para o cérebro, e como qualquer outra coisa deu defeito vai no especialista e conserta, simples. Agora não só os ''pacientes'', não gosto dessa palavra, mas é o que temos para hoje fazer o que? foram picotados também os médicos deixam de serem humanos e passam a ser tidos como uma espécie de mecânico ou concertador de gente. Aqui se esconde um sério problema! A funcionalização utilitarista do ser humano tornando-o objeto, assim não tem mais direitos, mas deveres e pode ser usado até a exaustão e descartado. Desse modo, a necessidade de humanização no ambiente hospitalar se faz com a diferenciação de dois conceitos muito utilizadas tratar -''consertar'' e o cuidar. Ela deve ser dada em uma via de mão dupla. Só assim a relação médico-"conficiente" poderá ser construída verdadeiramente e em sua completude de sentido.
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