Cuidado?!!!!!
Em um passado não tão distante, ela era uma carreira bem quista por sua elevada distinção social, quem deseja-se seguir esse caminho teria de passar por muitas provas, mas de boa recompensa. Diz a lenda que um dos pré-requisitos aos pretendentes deveria ser passar por no mínimo um ano enclausurados até o sangue se tornar azul, pois esse era o primeiro distintivo comum, mas cada instituição confeccionava um outro específico, para diferenciar das demais. Então os candidatos escolhidos, podem receber o processo de formação. Os dois primeiros anos são básicos, e o claustro, seria bom na medida que desvincularia os indivíduos para imergirem completamente ao novo patamar social pois auxiliará nas aulas de etiqueta e organificação. Então os dois últimos são conhecidos como internato porque depois de um longo período de teorização sobre a matéria do ser, é preciso aplicar-se ao real, para isso é necessário seres vivos. Depois de uma breve e variada experiência, ocorre a tão sonhada nomeação. A partir desse momento é concedido a menção de autoridade ''dr''. Alguns dias depois há uma grande festa de confraternização entre as dinastias, exibindo suas insígnias e brasões a eles todas as pompas e mérito. Enquanto isso neste contrato, os plebeus abstem-se do poder delegado.
Um povo saciado é um povo bom. Dependendo de sua fama, faz uma multidão se deslocar até o castelo e esperar por algum contato com o ser supremo a bel prazer. Quem precisa mais de quem o povo de um rei ou um rei de um povo? Uma pergunta altamente relevante diferenciar quem quer o seu melhor e aquele que gosta de que você precisa dela, do bem ou suposto bem que ela fez a você? Ainda bem, não serem todos! Um dia uma moça passeando sem rumo no bosque, um senhor cavaleiro um tanto desajeitado parou para alimentar seu cavalo, mas ao sela-lo novamente, deixou cair o broche com o emblema real real.
Então a moral da história é, não gosto da palavra paciente, pois remete não só um sujeito passivo, mas ainda pior uma posição de objeto, e o médico uma autoridade, logo posição de mandar prescreve remédios, ou em caso de cirurgia a pessoa parece ser só um acúmulo de matéria a ser remendada como um boneco, essa referência se deve também a série ''The good doctor''. No SUS é mais frequente, mas não exclusivo a clássica cena o horário marcado e da consulta muito provavelmente não coincidem. Também não gosto de relações de poder desigual, e principalmente usar do vínculo como meio explorativo, para prescrever algo, problema resolvido e próximo.
Nesse sentido poderia existir a palavra conficiente. É claro a saúde dos sonhos seria estabelecida por um vinculo de parceria, confiança e respeito mútuo entre pessoas.
Principalmente, na pandemia penso as vezes um médico pode ser um veiculo de humanização essencial. não só corpo mas alma íntegra é muito importante.
Uma pessoa doente apesar de tudo deve continuar a ser uma pessoa, corpo e alma conectadas. Focar na doença e não no indivíduo, faz dela um caso, um amontoado de folhas em um capa amarela, verde, enfim a ser despachado.
Acho necessário ter cuidado com o clichê ''Quero medicina para cuidar das pessoas '' porque
cuidado ao meu ver está mais relacionado a prevenção e tratar é remediar. Tudo isso não deve interferir no profissionalismos.
É sempre bom estarmos muito atentos pois os detalhes fazem total diferença.
Curiosidade na história da indumentária: Imagine você no meio da peste bubônica, durante a Idade Média receber em casa a ilustre visita de um homem de capa preta, uma máscara com bico de gaivota, chapéu e uma maleta. Minha nossa, isso não devia ser um médico era a própria morte vindo te buscar! Ainda bem essa moda já caiu em desuso e fomos salvos pelo belo e higiênico jaleco branco. Não é mesmo?