Um conto ou causo?
Olá, imagmadx!
Hoje gostaria de falar um pouquinho mais sobre metalinguagem ou a questão do ato e do ser criador/autor.
É estranho como muitas vezes me surpreendo ao rever e refletir sobre minhas próprias criações. Sem sombra de dúvidas há no processo a expressão da subjetividade intencional, e, intrinsecamente, a revelação daquela referente ao inconsciente. Essa última sendo a mais interessante entre os seres humanos.
Exemplificando, quando escrevo, mas não somente, gosto de brincar com as palavras, cores e formas em seus sentidos e alusões. Há um ano e meio, tenho me dedicado de forma intensa ou até mesmo um tanto insana, a montar o grande quebra cabeça da vida, ou de minha vida? Ao pretender desenvolver a habilidade nisso, normalmente ocorre assim, no começo os jogos escolhidos contém menos peças com tamanhos maiores, como se houvesse uma relação inversamente proporcional, com o passar do tempo, o número de peças vai aumentando enquanto o tamanho delas diminuem.
Ou talvez seja melhor fazermos um exercício de imaginação assim: pensemos no trajeto Rio-São Paulo, como dois estados é fácil, seria necessário apenas traçar uma reta sobre o mapa. Na verdade deveríamos traçar as rodovias e cidades limítrofes. O novo traçado deve apresentar uma linha de contorno irregular. A escala de representação gráfica implica, agrega ou reduz o detalhamento da quantidade de informações apresentadas; mas também é possível pensar no inverso, interligando os detalhes e perceber o sentido macro.
Não sei como explicar, mas é uma sensação quase de magia e encantamento, quando por meio de representações gráficas pude sentir a minha própria essência, algo que embala o passado, encobre presente e futuro, e não tem como ser produzido. Acho interessante o fato de escrever algo e tempos depois eu me ver naquilo não no lugar propriamente de autora de exteriorização do ser no papel, mas ser a personagem da própria estória, e ao interpretar o texto entender e descobrir o significado dos acontecimentos presentes e inacreditavelmente após a concepção.
Tentando ser mais clara, por exemplo na escola, às vezes as emoções e sentimentos vinham e precisavam ser transbordados. Então utilizava a última folha do caderno para escrever ou desenhar algo. Há um ano e meio ou dois reuni aquelas poesias em um caderno. Era estranho como passei a enxergar coisas repetidas como sem saber que havia uma história ali. E passei a ver como se o que estava escrito ''fosse uma premonição''.
Outro fato muito importante é uma coleção de ilustração de moda festa, planejada, que ainda não completei. Normalmente, o método consiste em buscar um tema amplo com fotos . Um dia a professora disse que desenvolver uma coleção é criar uma história, porque deve haver começo, meio e fim pautados na coerência e coesão. Como gosto de história, achei bom. Era curioso, eu fazia tudo na ordem inversa. Havia escrito um conto um tanto alegórico, mas que meses depois parecia que ela tinha se incorporado a mim. Era surpreendente, como se fosse uma autoanálise e um plano terapêutico. Como se soubesse a resposta do que iria acontecer. Poderia dizer, sendo, como o encontro de uma Jéssica, sem a intenção de encontrá-la.
Logo essa experiência foi ampliada aos livros e filmes que tinha contato. Novamente, não sei como explicar, mas é uma sensação mágica. O perigo disso está em perder a noção da realidade no espaço-tempo, porém não se desespere, pois pelo menos até agora sempre encontramos o caminho de volta.
Então até a próxima erupção!!!💥😘